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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Sem Chávez, como ficam os negócios bilionários do Brasil na Venezuela?


Envolto em atritos com a Colômbia e disposto a reduzir a dependência dos Estados Unidos, Hugo Chávez provocou uma revolução nos negócios internacionais da Venezuela em seus 13 anos de governo - e alguns empresários brasileiros estão entre os que mais se beneficiaram desse processo.
Com a bênção de Chávez - e muitas vezes apoiadas pelo BNDES - construtoras brasileiras como a Camargo Correa, a Andrade Gutierrez, a Queiroz Galvão e a Odebrecht alcançaram um portfólio de obras hoje estimado em US$ 20 bilhões, segundo José Francisco Marcondes, presidente da Câmara de Comércio Venezuela-Brasil (Camven).
O comércio também se multiplicou. Em 1999, quando Chávez assumiu, as exportações brasileiras para o país eram de US$ 536 milhões. Em 2012, saltaram para US$ 5 bilhões e, como as importações são de apenas US$ 996 milhões, a Venezuela foi responsável pelo terceiro superávit da balança comercial brasileira, só atrás da China e da Holanda (porta de entrada de toda a Europa).
Entre as empresas brasileiras que se animaram a investir no país estão a Gerdau, a Braskem, a Alcicla e o Grupo Ultra. "Estamos vivendo uma onda de nacionalizações na Venezuela, menos das brasileiras", chegou a dizer Chávez em 2009.
"A maior parte das exportações brasileiras têm como destino o governo e as estatais venezuelanas e aumentaram por questões políticas: havia uma preferência de Chávez pelo comércio e projetos com o Brasil ou com outros parceiros não-tradicionais da Venezuela (como China, Irã e Rússia)", diz Fernando Portela, da Câmara de Comércio e Indústria Venezuelana-Brasileira, em Caracas.
José Augusto de Castro, presidente da Associação de Exportadores Brasileiros (AEB), concorda. "Houve uma reorientação de parte dos negócios da Venezuela de países como a Colômbia para o Brasil por questões políticas - e isso não seria possível sem apoio de Chávez."
A constatação, porém, levanta uma dúvida: com o presidente venezuelano afastado do poder - e a perspectiva de que possa não voltar para cumprir o mandato para o qual foi eleito em outubro - como ficam os negócios bilionários do Brasil com a Venezuela?
Continuidade
A resposta depende, antes de tudo, dos possíveis cenários pós-Chávez.
Antes de viajar para Havana, em dezembro, para passar por sua quarta cirurgia em decorrência de um câncer na região pélvica, o líder venezuelano indicou o vice-presidente Nicolás Maduro como seu sucessor.
Chávez não conseguiu voltar para o país nem para a data marcada para sua posse, que foi adiada. E a oposição defende que se não puder reassumir, seriam necessárias novas eleições.
Mesmo nesse cenário, porém, as chances de uma vitória de Maduro são grandes, segundo analistas, em função da comoção causada pela doença do presidente.
E um eventual governo Maduro "representaria a continuidade das boas relações entre Venezuela e Brasil", na opinião de Pedro Silva Barros, da missão do Instituto de Pesquisas Avançadas (Ipea).
"Durante os seis anos em que foi chanceler, Maduro construiu uma relação de confiança com os principais interlocutores do governo brasileiro (Planalto, Itamaraty e outros ministérios) e tem boa relação com os principais atores privados brasileiros que atuam na Venezuela", diz Barros.
Castro e Portela concordam que uma continuidade chavista seria o melhor cenário para os negócios brasileiros, já que líderes opositores poderiam ser menos resistentes a uma reaproximação com Estados Unidos e a Comunidade Andina de Nações (CAN), da qual Chávez retirou a Venezuela em 2011.
Mas ressaltam que, no médio e longo prazo, não é possível descartar uma volta ao poder da oposição ou até um cenário de mudança de direcionamento no chavismo.
"Não pode ser descartada a possibilidade de que um novo governo chavista no médio prazo seja mais vulnerável a pressões de grupos internos ou dos que querem apostar mais nas relações com a Colômbia, por exemplo", avalia Portela.
Mercosul
Em meio a essas incertezas, segundo analistas, há a expectativa de que o Mercosul funcione como uma garantia política e institucional para os negócios brasileiros.
"Os brasileiros não estão tão interessados na redução das tarifas de importação para o mercado venezuelano - até porque seu grande cliente é o governo, que não paga tarifas - mas eles esperam que o avanço da incorporação plena da Venezuela ao bloco funcione como um sinal político de que o Brasil continuará sendo prioridade mesmo sem Chávez", diz o presidente da AEB.
Caracas foi oficialmente aceita no Mercosul em agosto e, em dezembro, líderes da região se reuniram em Brasília para estabelecer o cronograma para sua adequação às regras do bloco.
"Mas na Venezuela não houve um processo amplo de consulta aos empresários privados sobre o tema, porque a negociação está sendo determinada por interesses políticos", reclama Roberto Bottome, editor do informativo VenEconomia, em Caracas.
Ficou definido que, a partir de abril, a Venezuela adotará a mesma nomenclatura de produtos usada no Mercosul e a Tarifa Externa Comum começará a ser aplicada para 28% de seus produtos.
Ainda falta avançar no cronograma de temas como o estabelecimento do livre comércio com outros países do Mercosul e a simplificação do trânsito de pessoas. Porém, no segundo semestre deste ano, a Venezuela já assumirá pela primeira vez a presidência do Mercosul.
Portela preocupa-se com a possibilidade de que as incertezas políticas no país vizinho atrasem esse processo. Para Barros, não há motivos para preocupações - até porque o bloco é visto como uma forma de o governo venezuelano ganhar legitimidade internacional.
"A legitimidade internacional do governo venezuelano tem dois importantes alicerces: o Mercosul-Unasul, cuja maior expressão é o Brasil, e a Alba-Petrocaribe, com Cuba como país-chave, e qualquer movimento político relevante levará em conta essa sustentação", afirma Barros.
Petróleo
Além da questão política, porém, um dos fatores que mais tem impacto sobre os negócios do Brasil com a Venezuela são os preços do petróleo.
"Essa é a variável-chave para se entender o comércio e os negócios com Caracas porque determina a capacidade de pagamento do governo venezuelano", afirma Marcondes.
"Enquanto o valor do petróleo continuar nesse patamar atual dos US$ 110, a Venezuela continuará a ter recursos para investir e comprar produtos brasileiros", concorda Castro.
As relações com o Brasil começaram a avançar a passos rápidos em 2005, quando Chávez e Lula firmaram uma aliança estratégica bilateral.
O setor privado brasileiro, porém, começou a se interessar mais pelo processo quando o petróleo quebrou seus recordes históricos, chegando a US$ 140 dólares em 2008.
Na época, os cofres do governo venezuelano se rechearam de divisas, em um momento em que o setor produtivo do país encolhia em função da instabilidade econômica e conflitos entre o governo e elites econômicas.
Resultado: a Venezuela começou a ter dólar de sobra para investir em parcerias ou pagar por importações, que hoje respondem por cerca de 80% do que o país consome.
Na época, a agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) chegou a anunciar que empresários brasileiros colaborariam em um projeto para construir 200 "fábricas socialistas". E o BNDES prometeu mais de US$ 4 bilhões para projetos no país.
Revisões
Entre 2009 e 2010, alguns desses planos de negócios foram revistos ou esvaziados, enquanto o petróleo caía para US$ 40 e a Venezuela mergulhava em dois anos de crise.
A Braskem cancelou dois projetos no valor de US$ 3,5 bilhões. O governo venezuelano acabou não colocando os recursos que havia prometido na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Várias "fábricas socialistas" foram deixadas de lado, embora algumas parcerias tenham se concretizado - entre elas uma fábrica de geradores e outra de processamento de alimentos entregues pela Fundação Certi, de Santa Catarina.
Ainda assim, o governo brasileiro continuou a avançar em projetos bilaterais, com a participação de instituições como a Caixa Econômica Federal (que apoia a versão local do Minha Casa, Minha Vida) e a Embrapa.
Agora, com a volta do petróleo ao patamar dos US$ 100, há quem veja as relações com bastante otimismo.
"Os projetos executados por empresas brasileiras têm aumentado na Venezuela", diz Barros. "Há muitos projetos novos, de menos de dois anos: termelétricas, projetos de produção de etanol de cana-de-açúcar e uma hidrelétrica."
Chávez e a presidente Dilma Rousseff se comprometeram a integrar o sul da Venezuela e a região amazônica brasileira, e uma proposta de agenda para esse projeto seria apresentada em junho, segundo Barros.
Marcondes espera que o comércio dobre em cinco anos.
Para Portela, porém, o problema é que mesmo se as trocas comerciais crescerem, será difícil que o governo brasileiro consiga mitigar as suas desigualdades.
"As importações venezuelanas para o Brasil ainda são muito baixas", diz Portela. "Mas, para que os empresários do país sejam convencidos do benefício da integração, mais além de qualquer afinidade política entre governos, o ideal seria que o comércio fosse mais equilibrado - e, sem isso, é possível que a integração via Mercosul encontre sérias dificuldades no médio prazo."
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Argélia: informações conflitantes marcam 3º dia de crise


AE - Agência Estado
Os ataques de militares argelinos contra o complexo industrial de gás natural, no sul da Argélia, onde radicais islamitas mantinham centenas de reféns, não foi o suficiente para acabar com a crise no local. Durante a madrugada de sexta-feira, o governo do país afirmou que a ofensiva havia terminado, no entanto o Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido disse, pela manhã, que "o incidente terrorista ainda está acontecendo".
O destino dos rebeldes e de muitos reféns permanece incerto. Além disso, as declarações controversas de militares e militantes têm turvado a compreensão do mundo sobre o evento que enfureceu os líderes ocidentais. Os rebeldes afirmam que o número de mortes já chega a 48, sendo que 34 pessoas eram reféns e 14, sequestradores. Por outro lado, a Associated Press calcula apenas 6 mortos, incluindo cidadãos filipinos, britânicos e argelinos, e uma fonte das forças de segurança afirmou, citada pela Dow Jones, diz que o total de reféns mortos chega a 18.
De acordo com uma fonte das forças de segurança locais, alguns islamitas ainda estão presos no complexo industrial, acrescentando que é "difícil discutir uma operação em andamento". Muitos trabalhadores estrangeiros conseguiram fugir do complexo de In Amenas. No entanto, norte-americanos, britânicos, franceses, noruegueses, romanos, malaios, japoneses, argelinos e os próprios sequestradores ainda estão desaparecidos.
Os detalhes sobre a situação "ainda não estão claros", disse o secretário do Ministério de Relações Exteriores britânico, William Hague, acrescentando que "a responsabilidade pelos trágicos eventos dos últimos dois dias permanece exclusivamente sobre os terroristas que escolheram atacar trabalhadores inocentes, assassinando alguns e mantendo outros em cativeiro".
Nesta sexta-feira, o embaixador da Argélia no Japão, Sid Ali Ketrandji, foi convocado pelo Ministério de Relações Exteriores do país para dar respostas sobre a operação de resgate. "Baseado em um forte pedido do primeiro-ministro Shinzo Abe, nós pedimos novamente que a Argélia ofereça rapidamente informações atualizadas e priorize a proteção de vidas humanas", disse o vice-ministro Shunichi Suzuki.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, conversou duas vezes com o premiê da Argélia na quinta-feira e estava "preparado para receber más notícias", segundo o governo. Outra autoridade que pediu mais informações foi o ministro do Interior da França, Manuel Valls, acrescentando que a situação está obscura.
Uma fonte do Departamento de Defesa dos EUA disse que alguns norte-americanos escaparam, outros ainda estavam detidos ou desaparecidos. O secretário de Defesa Leon Panetta foi informado sobre o caso nesta sexta-feira, de acordo com a fonte que preferiu não se identificar. O governo dos EUA enviou um avião não tripulado de vigilância para o complexo operado pela British Petroleum, perto da fronteira com a Líbia, mas pouco pode fazer a não ser acompanhar a intervenção militar argelina na quinta-feira.
A Statoil, que gerencia o complexo com a BP, afirmou que um norueguês conseguiu fugir com segurança do local, mas oito trabalhadores da empresa ainda estão desaparecidos. O porta-voz da Statoil, Bard Glad Pedersen, contou a repórteres que o cidadão da Noruega está recebendo tratamento médico em um hospital em In Amenas, mas "a situação dos outro oito ainda não está resolvida".
O ministro das Comunicações da Argélia, Mohamed Said, informou, enquanto a operação militar contra o complexo ainda estava em andamento, que 40 argelinos e 3 estrangeiros haviam sido libertados. Uma fonte da área de segurança havia dito mais cedo que 25 reféns estrangeiros escaparam. Os cerca de 600 funcionários argelinos que também eram mantidos em cativeiro aproveitaram a vigilância menos estreita sobre eles - o foco dos sequestradores eram os estrangeiros - e também fugiram. As informações são da Dow Jones e da Associated Press. 
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Falhas técnicas obrigam Brasil a adiar lançamento de satélite com a China


HERTON ESCOBAR - O Estado de S.Paulo
O lançamento do satélite sino-brasileiro CBERS-3, previsto para ocorrer entre novembro e dezembro de 2012, foi remarcado para maio ou junho deste ano, por causa de problemas técnicos na parte brasileira do projeto. "Este é o nosso novo cronograma", disse ontem ao Estado o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi, respondendo a uma série de dúvidas e especulações sobre o atraso no lançamento.
O satélite, desenvolvido em parceria pelo Brasil e a China, é peça fundamental do Programa Espacial Brasileiro. O custo do projeto é da ordem de US$ 125 milhões para cada país.
O problema está em uma série de pequenos conversores de energia comprados pelo Brasil em 2007 de uma empresa norte-americana chamada Modular Devices Incorporated (MDI), por cerca de US$ 2,5 milhões. Vários desses conversores apresentaram falhas nos testes finais que antecedem o lançamento na China, apesar de terem passado por todos os testes anteriores de qualidade realizados pelo Inpe e pelas empresas nacionais contratadas para o projeto no Brasil.
O fato foi divulgado em novembro pelo Jornal do SindCT, do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial, mas o Inpe não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso até agora.
Segundo Perondi, uma avaliação técnica iniciada pelo Inpe em junho de 2012 concluiu que havia defeitos intrínsecos nos conversores da MDI - que já vinham apresentando problemas há algum tempo. Em agosto, uma equipe do instituto foi até a sede da empresa, nos EUA, para discutir a situação, levando cerca de 20 conversores (de um lote de 300) que tinham apresentado falhas. Em setembro, segundo Perondi, a empresa enviou um comunicado ao Inpe reconhecendo que havia defeitos de fabricação em 12 peças analisadas.
Concluiu-se, porém, que nem todas as peças estava comprometidas. Segundo Perondi, os conversores com problemas foram substituídos por outros do mesmo lote e submetidos a uma nova bateria de testes. "Retestamos tudo e, a princípio, não há mais nenhuma anomalia no satélite", afirma Perondi. Apesar disso, optou-se por trazer alguns componentes de volta ao Brasil para mais verificações.
A decisão de reagendar o lançamento foi tomada em 20 de novembro. "Temos de ser extremamente rigorosos nesse processo; nada pode ir ao espaço com dúvidas", diz Perondi. "Pode demorar mais, pode custar mais, mas não pode haver falhas."
A data de lançamento ainda poderá sofrer alterações. "O cronograma é móvel, vai sendo revisto à medida que fazemos os testes", afirma Perondi.
Outra opção seria reprojetar o sistema elétrico do satélite para operar com outro modelo de conversor, mas isso atrasaria o lançamento do satélite em no mínimo dois anos, segundo fontes ouvidas pelo Estado.
Embutidos. Os conversores, de um tipo chamado DC/DC, têm a função de adequar a voltagem da corrente elétrica do satélite às necessidades de cada um de seus subsistemas internos. Cada conversor pesa cerca de 500 gramas e há vários deles (44 no total) embutidos nos componentes brasileiros. "Não é algo trivial de ser substituído", disse Perondi.
Os componentes chineses, por sua vez, utilizam conversores externos, maiores e mais pesados, que operam com uma voltagem fixa predeterminada - fabricados por uma empresa brasileira.
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A EEI irá ser inflável


Em 2015, o segmento norte-americano da Estação Espacial Internacional se completará com mais um módulo que será, desta vez, inflável.

A NASA encomenda a construção do engenho à empresa aeroespacial privada Bigelow Aerospace. O contrato cujo valor ascende a 17,8 milhões de dólares assinou Robert Bigelow, fundador da companhia que leva seu nome e proprietário de uma cadeia de hotéis econômicos Budget Suites of America.
Muito provavelmente, o módulo inflável BEAM (na sigla em inglêsBigelow Expandable Activity Module), com peso de menos de uma tonelada, será transportado até a EEI por uma espaçonave particularDragon. Em órbita, o módulo se expandirá tomando forma de cilindro com três metros de diâmetro e quatro metros de comprimento. Um compartimento adicional deste tipo é uma boa opção para alargar o espaço habitável da estação, acha o membro correspondente da Academia Russa de Cosmonáutica Yuri Karash.
“O módulo inflável servirá, em primeiro termo, de espaço habitável para os tripulantes da EEI. É muito compacto quando transportado, mas uma vez em órbita se expande e converte em estrutura espaçosa. Atualmente, habitáculos infláves desta índole são considerados não só para voos circunterrestres mas também para o projeto marciano. A sociedade Marte-1 que se propõe enviar uma missão – só de ida – a Marte, projeta fundar no Planeta Vermelho uma colônia humana construída precisamente desta maneira. Estruturas infláveis serão também indispensáveis na Lua. Hoje em dia se crê que precisamente os módulos infláveis propocionarão uma melhor proteção radiativa e antimeteoritos do que os convencionais.”
A ideia de usar módulos infláveis não é nova na engenharia espacial: ainda na década de 60 do século passado a nave espacial soviéticaVoskhod 2 foi equipada com uma câmara da eclusa inflável, através da qual Alexei Leonov efetuou o primeiro passeio espacial na história da Humanidade.
Na atualidade, em órbitas elevadas já estão voando estruturas infláveis Genesis I e Genesis II concebidas pela Bigelow Aerospace. Foram postas lá por vetores Dnieper lançados da base missilística russa na província de Oremburgo ainda em meados da primeira década do século XXI. Bigelow comprou a patente à NASA que estava desenvolvendo uma nave inflável, a Transit Habitat, destinada ao programa experimental de voos interplanetários. No entanto, o Congresso norte-americano – indo em contra dos desejos da Casa Branca – em 2000 obrigou a NASA a suspender o referido programa por causa do défice financeiro. Assim que Bigelow construiu seusGenesis segundo os desenhos praticamente acabados da Transit Habitat, e agora vai construir o módulo para a EEI. Isso explica também o custo bastante moderado do contrato.
Para a NASA, o contrato com Bigelow é ainda uma boa oportunidade para testar a eficácia de seu próprio desenvolvimento, comenta o presidente do Instituto de Política Espacial Ivan Moiseev.
“A NASA considera a EEI como polígono experimental. É desejável que qualquer ideia promissória – e as estruturas infláveis são uma ideia promissória para a exploração espacial – seja testada experimentalmente com o objetivo fundamental de aperfeiçoar as tecnologias.”
Bigelow fabricará o módulo para a EEI, tal como os Genesis, de um material super-resistente – a multifibra Vectran de cor dourada. No futuro o magnata planeja lançar ao espaço uma estação cujo núcleo constituirá um módulo inflável três vezes maior do que o atual. Se trata, de fato, de um hotel em regime tudo incluído para turistas espaciais. Será lançado, segundo se calcula, pelo foguete pesadoAtlas no decorrer de dois ou três anos. O aluguel de um lugar em órbita por trinta dias custará a partir de 29 milhões de dólares. A título de comparação: o mais recente dos turistas espaciais, o canadense Guy Laliberte, em 2009 pagou por um voo semanal na EEI 40 milhões de dólares.
Apesar dos voos bem sucedidos dos Genesis, céticos assinalam uma deficiência dos módulos infláveis em órbita mais baixa onde opera a EEI. Ali já existem resíduos de atmosfera, embora bastante rarefeita. Por causa de sua grande superfície o módulo inflável irá enfrear a EEI. O que implicará a necessidade de elevar mais frequentemente a órbita da estação usando cargueiros espaciais. Provavelmente, isso explica porquê o módulo ficaria acoplado à estação só durante dois anos
VOZ DA RUSSIA SEGURANÇA NACIONAL BLOG.

Novo míssil de alta precisão entra em serviço da Força Aérea russa


A Aeronáutica da Rússia pôs em serviço um novo míssil Kh-38 ar-terra de curto alcance. Apesar de ter sido criado para o avião de 5ª geração T-50, será utilizado por bombardeiros e caças modernos, inclusive o Su-34 e Mig-29 CMT.

O Kh-38 foi produzido pela corporação militar Armamentos Táticos de Mísseis TPB (sigla russa), tendo realizado uma série de provas secretas durante 2012. O novo míssil que entrou em serviço no final de dezembro passado compõe-se de módulos e pode ser dotado de ogivas de autoguiamento e elementos combativos.
O Kh-38 pode ser empregado com objetivos diversos, reforçando a capacidade combativa do avião versátil T-50. O míssil será instalado no interior da fuselagem, criada segundo a tecnologia furtiva stealth, frisa o redator da Revista Militar Independente, Viktor Litovkin.
"O avião, não obstante suas características excelentes relacionadas com invisibilidade, não deixa de ser aparelho voador. Todavia, quando estiver equipado com mísseis de alta precisão, se transformará em um complexo aéreo baseado em aeronave de 5ª geração. O fato de o míssil se encontrar dentro da fuselagem eleva a baixa visibilidade do engenho."
O míssil não será refletido no tela do radar, adianta o perito. O Kh-38 possui mais uma vantagem importante – poderá orientar-se durante o voo pelo sistema de navegação Glonass. Segundo demonstra a prática de conflitos no Afeganistão e no Oriente Médio, tem sido difícil detectar um alvo do ar mesmo por meio de teleguiamento realizado da terra devido aos sofisticados meios de camuflagem. Nestas circunstâncias, o míssil será guiado até o alvo por um satélite do sistema Glonass, salienta a propósito Viktor Litovkin.
"A precisão se eleva graças ao emprego do satélite do sistema de navegação Glonass que enxerga o alvo, vê o míssil e faz coincidir estes dois pontos. Como o novo míssil é supersônico, será possível levá-lo até o alvo, sendo esse um grande sucesso alcançado por projetistas russos."
A arma de elevada precisão como o Kh-38 permite aniquilar um alvo importante, empregando apenas um míssil e depois fugir ao fogo do adversário, realça o redator-chefe da revista Defesa Nacional, Igor Korotchenko.
"Claro que se trata de uma arma de elevada precisão a entrar em serviço da Aeronáutica russa dotada, nesta fase, de mísseis teleguiados. A passagem para o emprego de novos sistemas de armamentos significa que vários elementos de combate irão atuar sob o comando único e utilizar, quando necessário para maior eficácia, o sistema Glonass."
Importa acrescentar que o Kh-38 é capaz de destruir o material blindado, fortificações e abrigos do adversário à distância de 3 a 40 km. O módulo de combate pesa 250 kg. A sua entrada em serviço aumentará, sem dúvida, as potencialidades da Força Aérea da FR.
VOZ DA RUSSIA SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Chief of Naval Operations (CNO) da US Navy no Brasil

A Marinha do Brasil recebeu nesta quarta feira (16/01) a visita do Chief of Naval Operations (CNO) dos Estados Unidos, almirante Jonathan W.Greenert, oficial de quatro estrelas e submarinista de formação. Greenert serviu a bordo de seis diferentes submarinos americanos de propulsão nuclear, sendo que o seu último comando foi o USS Honolulu (SSN-718). A agenda de atividades no Rio de Janeiro incluiu, pela manhã, uma visita a Itaguaí, sede da futura base de submarinos e estaleiro, e a tarde, na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, o almirante participou de uma extensa lista de atividades, indo da assinatura de dois memorandos de entendimento que dispõem sobre o intercâmbio de pessoal entre as duas marinhas até uma entrevista coletiva com a imprensa especializada em Defesa, além de elaboradas exibições das capacidades operativas do Corpo de Fuzileiros Navais em operações anfíbias.Segundo o almirante Greenert “as discussões bilaterais com o seu par brasileiro incluíram uma variedade de temas como operações de submarinos, operações anfíbias, aviação tática (asa fixa) e operações de controle marítimo”. Sobre os possíveis cortes no orçamento de Defesa estadunidense, o maior do mundo, o almirante Greenert declarou "com ou sem cortes, a US Navy vai ter que dosar com sabedoria o mix de navios novos e mais antigos destacados nos diversos oceanos ao redor do mundo, para garantir que a sua missão continue a ser cumprida”. Sobre a possível transferência de navios americanos de segunda mão para a Marinha do Brasil, Greenert comentou "a deliberação do destino de navios excedentes passa necessariamente pelo interesse de marinhas amigas por eles e também é depende do cronograma de retirada de serviço dos meios navais americanos". (nota do autor) A Marinha do Brasil já vem estudando a substituição do NDD Ceará e o NDD Rio de Janeiro através de compras de oportunidade, e navios americanos da classe Whidbey Island (navios anfíbios) parecem ser os mais indicados, caso a US Navy decida pela baixa dos mesmos no curto prazo.Perguntado sobre como a US Navy via o programa de desenvolvimento e construção de submarinos de ataque de propulsão nuclear da Marinha do Brasil, Greenert surpreendeu, e a despeito de suas qualificações como comandante de submarinos, inclusive com curso de estudos em energia nuclear para oficiais submarinistas, optou por definir-se como um "não-especialista" nesta área, evitando aprofundar o tema. Ele comentou sobre sua visita à obra de Itaguaí, chamando-a de impressionante e destacando o profissionalismo e bom ritmo de andamento do programa. O próprio comandante da Marinha do Brasil, almirante Moura Neto, se encarregou de completar dizendo que "programas como o do submarino de propulsão nuclear naturalmente geram tanto vozes favoráveis ao desenvolvimento deste sistema quanto outras contra, e o objetivo da visita do almirante Greenert as obras de Itaguaí foi demonstrar a solidez e o comprometimento do governo brasileiro com o Prosub, a despeito das grandes dificuldades envolvidas até a sua conclusão. No mundo todo, apenas cinco países tem esta tecnologia de propulsão: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Um sexto país é a Índia, que, ao exemplo do Brasil, se encontra em processo de desenvolvimento de sua própria tecnologia nesta área. Entrarmos para este seleto grupo de nações, com tecnologia nacional, será uma vitória histórica".


Ao ser inquirido sobre a questão da ativação da 4ª Esquadra americana, o almirante Greenert salientou que “a Fourth Fleet já existe há cinco e que, neste período, ela tem se dedicado unicamente a cooperação operacional da US Navy com as marinhas do continente sul-americano, sempre com a preocupação de respeitar as soberanias individuais dos diversos países parceiros e focando nas operações humanitárias, logísticas e combate aos narcóticos. Outra área importante desta atuação é a de consciência do ambiente marítimo, ou Maritime Domain Awareness (MDA). Inclusive estamos neste momento em negociação para interligar os sistemas de controle de tráfego civil naval dos dois países, pois nenhuma marinha pode cuidar de todos os mares ao redor do mundo sozinha. Esta cooperação visa fazer do Atlântico Sul um oceano ainda mais pacífico e seguro”.
Quando o assunto foi a possibilidade da US Navy passar a mandar seus navios para participar de exercícios da Marinha do Brasil (naturalmente excluindo a tradicional operação UNITAS) o almirante americano comentou que isso dependeria do desejo do governo americano e também da disponibilidade de meios para sua realização. Por sua vez o Almirante Moura Neto comentou que ao Brasil interessa sempre o intercambio nas áreas de planejamento e de operações, sendo algo muito crítico o compartilhamento de informação entre as marinhas durante estes exercícios.
Na continuação desta matéria aguardem fotos da impressionante demonstração do Corpo de Fuzileiros Navais durante um assalto anfíbio, resgate de piloto abatido e parada militar em continência as autoridades presentes.
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