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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Operação Uka-Uka malvinas


Partimos de Espora em dois Hercules (eu estava viajando no que transportava o ITB) e chegamos a Comodoro Rivadavia onde planejamos o voo de travessia para as ilhas. Pela noite decolamos em direção ao arquipélago, voávamos baixo para não sermos detectados por um radar inimigo. A altitude era tão baixa que a água do mar respingava no para-brisa do avião, e ele não poderia inclinar-se lateralmente para não bater com a asa no mar, a menos que subisse (algo suicida, pois seria um alvo fácil).
A cada meia hora subíamos rapidamente para realizar uma varredura de radar para detectar alguma atividade inimiga, e voltávamos para o voo rasante. Enquanto isso, estávamos voando com os olhos colados no horizonte com o propósito de identificar alguma silhueta de um navio hostil. Acredito que os elogios recebidos pelos nossos companheiros pilotos da Força Aérea e da Marinha, relacionados com a sua coragem e seu profissionalismo, são mais do que merecedores para o grau de risco enfrentado, especialmente em aviões de transporte.
Após três horas de voo fomos informados de que o aeroporto estava sob ataque e deveríamos retornar. Somente na terceira tentativa conseguimos cruzar com os dois C-130. Foram momentos de tensão e sentíamos como se estivéssemos em “um caixão voador”.
Assim que chegamos às Malvinas, nós colocamos as duas carretas em um galpão em Puerto Argentino. No dia seguinte, o almirante Otero designou os tenentes Edgardo Rodriguez e Mario Abadal para colaborar comigo na operação do sistema. Juntou-se ao grupo o tenente Carlos Ríes Centeno da reserva, que produziu o filme “A Aventura do Homem”, que estava com uma equipe de filmagem nas ilhas. Expliquei para todos o funcionamento da ITB e como proceder para efetuar lançamento.
Logo depois se juntou a Ríes Centeno o Sargento Eduardo Sanchez (do Exército Argentino) que operaria o Radar RASIT, único radar portátil disponível que poderia fornecer informações sobre o alvo, embora fosse um radar de vigilância terrestre.
O RASIT dava as informações em milésimos e o sistema do Exocet operava em graus e quilômetros. Fizemos uma tabela de conversão para poder alimentar o dados no sistema. Além disso, deveria executar outros cálculos, que também foram tabelados. A ITB era tão precária que alguns dados eram introduzidos com o auxílio de potenciômetros para ajustar o valor de cada tensão medida com um “testador”.
Como já mencionado, o sistema era transportado em duas carretas, mais uma vagão para transportar os mísseis uma vez que não podíamos deslocá-los na carreta de lançamento que havíamos previsto. Graças a uma grua montava-se sobre as carretas de lançamento. Logo em seguida, alinhava-se o eixo da carreta de lançamento e com o eixo neutro do RASIT e iniciava-se o processo de conexão de todo o sistema, acionando-se o gerador e verificando se tudo estava em ordem.
Em função do peso do sistema só era possível mover-lo pela única estrada pavimentada entre Puerto Argentino e o aeroporto. Finalmente, para colocá-lo em posição de tiro, tivemos que executar esta operação durante a noite para não atrair a atenção das pessoas.
Ao anoitecer (cerca de 1800 horas) começou a manobra de montagem, e o lançador na bateria por volta das 2100. Em torno das 4 horas da manhã começou a manobra de desmontagem para guarda-lo em um galpão, de modo que com as primeiras luzes do dia não era possível avistar a instalação (pelo que se sabe, os ingleses nunca tiveram conhecimento da existência do sistema).

No dia 6 de junho, à 0100 hora, o RASIT detectou um navio. Entramos com as informações na ITB e efetuamos todo o processo para o lançamento, mas o míssil não “saiu”. Eu realmente tive uma grande decepção, mas decidi repetir o procedimento com o segundo míssil.
Naquela circunstância não pude determinar se o problema era uma falha da ITB ou do míssil. Devido à precariedade da instalação, para a realização de um novo lançamento seu deveria esperar uns vinte minutos, tempo este tomado pelo “descarregamento” dos capacitores dos circuitos da ITB e só assim alimentar o sistema com novas informações. Em função da excitação do momento, sem esperar o tempo necessário, fizemos o segundo lançamento.
Dei-me conta de que havia se passado cerca de meia hora entre o primeiro lançamento falhado e a segunda tentativa, mas, conforme Ríes Centeno me falou alguns dias mais tarde, foram de aproximadamente cinco minutos. A adrenalina em meu cérebro fez o relógio avançar a uma velocidade inusitada. O míssil saiu, nós o vimos desaparecer pela noite, só podíamos ver a chama do bocal. Aparentemente, havia se desviado para a direita e não pudemos saber onde caiu. O concreto foi que naquele momento havíamos efetuado o primeiro disparo de um míssil MM-38 a partir de terra mas, por razões que eu não poderia determinar naquele tempo, ele não tinha adquirido o alvo.
Foi uma grande frustração. Foi provado que era possível lançar o míssil, mas eu não poderia explicar por que o míssil não tinha seguido a trajetória prevista. Quando alguns dias depois Ríes Centeno me contou o tempo decorrido entre os dois lançamentos, aí eu entendi o que estava errado. Deve-se acrescentar, informalmente, que o lançamento do míssil nos arremessou, eu e os dois tenentes, a vários metros de onde estávamos. Um deles caiu sobre uma caixa que continha todas as minhas anotações, tabelas e notas e naquela escuridão tivemos que encontrar aquela documentação perdida que havia sido espalhada.
No dia seguinte fizemos um pedido a Puerto Belgrano para que enviassem mais mísseis e alguns dias depois, recebemos outros dois.
Durante esse tempo revisei completamente o sistema e detectei que não chegava a alimentação de 400 ciclos. Com a ajuda do Sr. Sanders (da equipe de Ríes Centeno) descobrimos que um dos diodos do regulador de tensão havia queimado. Aliás, este era o único componente inglês de todo o sistema! Eu comecei a procurar por um substituto e o encontrei no Batalhão Antiaéreo do Corpo de Fuzileiros Navais (BIAA), comandado pelo capitão de corveta IM Héctor Silva, que estava posicionado em Puerto Argentino. No conjunto de sobressalentes do sistema “Tiger Cat” havia exatamente o mesmo diodo que eu precisava! Foi realmente um milagre!
Trocamos o diodo em questão e a ITB voltou a funcionar e nas noites seguintes continuamos colocando o sistema em posição e retirando-o antes do amanhecer. Assim, os dias se passaram, mas agora eram os navios britânicos que não apareciam. Eles não tinham detectado a existência do nosso sistema, mas por razões desconhecidas eles atravessavam rotas que não estavam ao alcance do nosso sistema.
Essa tensa espera gerou um momento com toque de humor ao drama da situação e que mais tarde acabou “batizando” a operação.
O tenente Rodriguez contou que, quando era guarda-marinha, foi um cansativo exercício de campo de vários dias. Certa noite um dos guardas-marinhas teve uma idéia, em tom de brincadeira, de implorar pela chuva dançando em volta de uma árvore e imitando a o som “Uka, Uka”, como fazem os índios nos filmes de Western americano. Assim seria possível suspender temporariamente o exercício. Imediatamente os guardas-marinhas começaram a dançar de acordo com o ritual descrito. O fato, segundo Rodriguez, é que no dia seguinte começou a chover torrencialmente e eles tiveram que evacuar o campo inundado, com a consequente, a suspensão do exercício.
Primeiro eu ri, mas em última análise, até como forma de combater o frio, eu aceitei a ideia e por volta das onze da noite do dia 11 de junho e na escuridão total, os tenentes Rodriguez e Abadal e um capitão de fragata que era eu, sem que ninguém nos visse, demos uma volta ao redor da ITB dançando o “Uka Uka”. Voltamos a tomar os nossos lugares na ITB sem que ninguém tivesse notado e com a promessa dos dois tenentes de que não contariam o que tínhamos feito.
Umas três horas mais tarde (não acredito em bruxas, mas …), por volta das 2 horas da manhã do dia 12 de junho, um navio entrou na zona de fogo do nosso lançador e Ríes Centeno conseguiu captar o alvo com o RASIT, informando-nos que o tinha no limite do seu alcance.
Com toda a pressa prosseguimos com o procedimento de lançamento do míssil, acompanhando o brilho do bocal na escuridão da noite. Então vimos um breve flash, que então imaginei que fosse um míssil SeaCat lançado contra o Exocet, e em seguida uma explosão que iluminou todo o horizonte e se refletiu nas nuvens baixas. O míssil tinha impactado o cruzador leve Glamorgan (posteriormente reparado e modernizado, foi transferido à Marinha do Chile).
Todas das unidades de fuzileiros navais e do Exército que estavam em posições mais elevadas viram o lançamento (na verdade era a esteira do propulsor do míssil no escuro) e, simultaneamente, todos passaram a transmitir a novidade relatada, assim momentaneamente os canais de comunicação ficaram saturados. No dia seguinte, pela noite, os ingleses não apareceram em Puerto Argentino e não houve fogo de artilharia naval.
Quando na noite seguinte quisemos reinstalar o ITB, o guindaste que utilizávamos para colocar os mísseis quebrou e, portanto, não podíamos mais entrar em posição e nós estávamos no final da guerra.
Na manhã do dia 14 de junho recebemos um forte bombardeio naval. O 5 º Batalhão de Fuzileiros Navais comandado pelo meu parceiro, então capitão de fragata Hugo Robacio, tinha esgotado sua munição e isso acontecia com quase todas as outras unidades. Quando a queda tornou-se iminente, juntamente com o tenente Rodriguez preparamos umas granadas de mão para explodir a ITB, mas o almirante Edgardo Otero, após perguntar se os britânicos tinham o sistema Exocet e diante da minha resposta que sim ele ordenou: Não destrua a ITB e eles não vão aprender nada de novo sobre o Exocet, mas verão como é que acertamos um navio e assim conhecerão a capacidade da Marinha da Argentina. (na foto abaixo um militar britânico em frente à carreta após a queda de Puerto Argentino).

Após a guerra, e tal como previsto pela Marinha, eu dei duas entrevistas para jornalistas. Para comemorar o vigésimo aniversário da guerra, um canal de TV britânico obteve permissão para entrevistar e filmar algumas das pessoas que tiveram envolvimento no conflito. Depois deles, eu tive a oportunidade de entrar em contato através de E-mail com o oficial o inglês que estava de guarda no passadiço do Glamorgan quando o navio foi atingido, e trocamos cumprimentos.
Nós também descobrimos que, como é do conhecimento público, os britânicos venderam para a Marinha do Chile um sistema chamado Excalibur (que segundo fontes francesas os ingleses haviam instalado em Gibraltar), que nada mais era do que a nossa ITB, mas de forma melhorada e não improvisada.
A derrota não é um evento desejado e é difícil superar o sentimento de raiva e impotência que é suportado, especialmente quando se sofre da humilhação de se tornar prisioneiro de guerra. O êxito técnico que significou o lançamento efetivo poderia ser uma satisfação pessoal de todos os que participaram do projeto, desde a sua criação até a sua realização, mas eu tenho, particularmente, a seguinte pergunta: o que teria acontecido se, em vez de falhar, a primeira tentativa tivesse êxito?, teria havido um efeito favorável sobre a nossa posição no futuro das circunstâncias? Ninguém pode saber ou nunca vai saber.
É meu desejo que este artigo seja uma homenagem e agradecimento a todos aqueles que de diferentes maneiras colaboraram para esta inédita experiência e também um incentivo para novas turmas de oficiais da Marinha enfrente os desafios que se apresentam as novas circunstâncias.
Finalmente, não posso deixar de agradecer aos meus dois filhos, que naquele momento se ofereceram como voluntários para ir para as Ilhas Malvinas, e minha a esposa que, além de ignorar meu paradeiro por mais de um mês, suportou, como muitas outras mães, a angústia de pensar que poderia perder seus filhos para sempre.
PODER NAVAL ..SEGURANÇA NACIONAL

Rússia e Bielorrússia aperfeiçoam sistema de defesa antiaérea comum


Um sofisticado sistema digital de comando das tropas da DAA da Rússia e da Bielorrússia será posto em funcionamento até o final do ano em curso.
Segundo uma fonte do Estado-Maior General russo, o comando será efetuado em regime automático, devendo os dois postos se situar na Bielorrússia e alguns outros na Rússia. Aos postos de comando será incumbida a missão de controlar as forças e os meios disponíveis, bem como os armamentos e equipamentos análogos no território da Região militar Ocidental da Rússia. Lembre-se que o atual sistema da DAA se baseia em complexos de mísseis S-400, os novos sistemas Tor-M2 e os radares Voronezh-DM.
A Rússia assinou um acordo de DAA conjunta também como a Arménia, podendo, em perspectiva, celebrar acordos análogos com outros países membros da CEI.SEGURANÇA NACIONAL

Rússia receberá sete submarinos atômicos Iasen para o ano 2021


Para o ano 2021 o Ministério da Defesa da Rússia receberá 7 submarinos atômicos de combate do projeto 885 Iasen. Como informa uma fonte na Comissão Militar-Industrial junto do governo da Rússia, 6 submarinos novos serão feitos menos barulhentos e equipados com armamento de mísseis reforçado.
O primeiro submarino atômico do projeto, Severodvinsk, acabará de passar por testes em 2012 e tornar-se-á parte da Frota Militar do país. Em 2015 será terminada a construção do Kazan, submarino principal do projeto modernizado 885M, com o nível rebaixado de barulho, cuja construção começou em 2009. Para o ano 2021 no âmbito do projeto 885M serão construídos mais 5 submarinos...SEGURANÇA NACIONAL

Paquistão testa míssil balístico


O Paquistão efetuou um teste do míssil balístico Shaheen-1A (Hatf-4), capaz de portar ogivas convencionais e nucleares. O raio de ação do míssil ronda 4,5 mil km. As experiências decorreram na zona do Oceano Indico.
Os testes têm sido vistos com uma reação do Paquistão ao lançamento do míssil balístico indiano Agni-5, capaz de levar as ogivas nucleares à distância de 5 mil km.
Importa acrescentar que ambos os países têm vindo a aumentar os seus arsenais nucleares no que tange ao número de mísseis táticos e mísseis de médio e longo alcance, assim como ao número de cargas nucleares.SEGURANÇA NACIONAL

Secretário de Defesa dos EUA apoia investimento militar no Brasil


Sergio Leo

O Brasil tem apoio dos Estados Unidos para ampliar sua Força militar, garantiu o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, após encontro com o ministro da Defesa, Celso Amorim, ontem, em Brasília. "O Brasil é um poder global, uma Força positiva para a estabilidade não só nas Américas, mas no mundo", disse o secretário. Enquanto, no passado, os EUA desencorajavam a expansão das Forças Armadas de outros países do continente, a nova estratégia de Defesa americana busca "parcerias inovadoras" para garantir a segurança global, comentou.
Com as restrições orçamentárias atuais, a melhor forma de lidar com desafios do futuro é "desenvolver parcerias, alianças, dividir informações", disse o secretário americano, que aproveitou para defender a proposta feita pela Boeing ao governo, para venda do caça F-18 Super Hornet à Força Aérea Brasileira.
Ele informou a Amorim que a Boeing está disposta a dar acesso a inovações técnicas incorporadas nos últimos anos ao caça. Amorim prometeu levar a promessa em conta, mas disse não haver data para a decisão da compra. Amorim pediu ao americano que o diálogo entre os dois países, criado a partir da visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA, inclua discussão para liberar "tecnologia sensível" hoje negada às Forças Armadas brasileiras.
Segundo uma autoridade que participou do encontro, o Brasil pede aos EUA menos burocracia para, por exemplo, a venda de equipamento eletrônico a programas da Marinha, hoje condicionada a compromissos de que não serão usados no programa nuclear. Os equipamentos podem ter outros fornecedores, mas o Brasil prefere adquirir dos EUA, segundo argumentou Amorim a Panetta, que prometeu levar o tema ao governo americano.
"Salientei a importância que tem, para o Brasil, na área de defesa, a transferência de tecnologia", relatou o ministro Amorim ao falar do encontro com o secretário americano, que é parte do "Acordo de Cooperação em Defesa" assinado há dois anos pelos dois governos. Amorim lembrou que, no governo Bill Clinton, nos anos 90, ao receber, como ministro de Relações Exteriores, o secretário de Defesa William Perry, os EUA se consideravam o aliado poderoso, único encarregado da defesa nas Américas enquanto os outros países da região se concentrariam no combate a drogas e criminalidade. "O que o secretário Panetta acaba de dizer é muito importante para uma nova relação entre Brasil e Estados Unidos na área da Defesa", afirmou.
Panetta prometeu aumentar a cooperação e transferência de tecnologia em defesa ao Brasil, especialmente em áreas como segurança contra ameaças eletrônicas e de internet. Os EUA, em 2010 e 2011, deram 4 mil licenças de exportação de equipamentos controlados e continuarão apoiando o "bom aliado e bom amigo", disse.
"Meu objetivo como secretário de Defesa é fazer o que puder para ampliar o comércio com o Brasil", garantiu Panetta. Amorim enfatizou que a relação entre os dois países "não pode ser só relação de venda e também de compra e venda", lembrando o interesse do Brasil em vender aviões da Embraer à Força Aérea americana. A convite de Panetta, o Brasil deve participar de simulações de guerra dos EUA envolvendo o continente africano.SEGURANÇA NACIONAL

Boeing nega resistência americana à venda de caças


Por Francisco Carlos de Assis, colaborou Silvana M

São Paulo - A presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak, classificou nesta terça-feira de "lenda" a justificativa brasileira de que a maior dificuldade para compra de caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) é a resistência do governo americano em autorizar a transferência de tecnologia.
"Eu não entendo o porquê desta justificativa. Talvez vocês da mídia possam me ajudar a entender. Na realidade, temos oferecido para o Brasil a mesma tecnologia que oferecemos para nossos melhores aliados, ou seja, os aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por exemplo. Então, acho que essa questão já está superada", disse Donna Hrinak, que participou do seminário "Oportunidades nas Relações Comerciais do Brasil Frente à Nova Configuração dos Blocos Econômicos Mundiais", realizado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo. "Para mim, isso é uma lenda e não vai atrapalhar", afirmou.
Donna Hrinak, que também foi embaixadora dos Estados Unidos no País entre 2002 e 2004, disse entender a importância da transferência de tecnologia, mas ressaltou que é preciso falar também do desenvolvimento de tecnologias no País. "O avião não é estático. O avião evolui com as demandas dos clientes. E essas mudanças e inovações podem acontecer aqui, com a indústria brasileira trabalhando junto com a Boeing", afirmou a executiva,
Questionada sobre o que estaria faltando para que o projeto seja concluído, a presidente da Boeing respondeu que espera apenas uma decisão do governo brasileiro. "Estamos esperando uma decisão do governo para o País inteiro, e não só para a indústria ou para a Força Aérea", disse. Donna Hrinak evitou comentar se a questão do projeto F-X2 foi um dos temas da conversa entre a presidente Dilma Rousseff e a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, em Brasília, na semana passada.
O processo de compra dos caças brasileiros se arrasta desde 1996. Atualmente chamado de F-X2, o programa prevê a compra de 36 caças, um negócio estimado entre US$ 4 bilhões e US$ 6,5 bilhões. Houve vários adiamentos, o último deles no início do governo da presidente Dilma Rousseff, em 2011. Os concorrentes são o avião Rafale, da francesa Dassault, o Gripen, da sueca Saab, e o F-18 Super Hornet, da Boeing.
 VEJA.COM...SEGURANÇA NACIONAL

Brasil pede aos EUA transferência de tecnologia bélica


O ministro de Defesa brasileiro, Celso Amorim, pediu nesta terça-feira ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, colaboração na área militar, incluindo a transferência de tecnologia.
Amorim e Panetta se reuniram nesta terça-feira em Brasília na primeira reunião do comitê binacional de cooperação em assuntos de defesa, cuja criação foi acordada há três semanas em Washington entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e a governante Dilma Rousseff.
Na reunião, que durou cerca de 1h, Amorim propôs ao americano colaborar em acordos envolvendo transferência de tecnologia bélica ao país sul-americano.
Na entrevista coletiva posterior ao encontro, o ministro precisou que o Brasil não reivindica a doação de tecnologia, mas o "acesso" a esses meios e, por sua vez, manifestou seu interesse em dialogar sobre questões "mais amplas" na área de segurança e defesa.
A transferência de tecnologia é um dos requisitos que costuma exigir o Governo do Brasil em seus acordos internacionais de compra de máquinas e veículos.
Os Estados Unidos se comprometeram recentemente em transferir a tecnologia de fabricação dos caças de combate Super Hornet F/A-18 da Boeing, se o Brasil aderir pela oferta americana em uma licitação para a compra de 36 aviões deste tipo.
Na disputa por fornecer as aeronaves também a companhia francesa Dassault, com seus caças Rafale, e a sueca Saab, com o modelo Grippen.
A visita de Panetta a Brasília faz parte de um roteiro pela América Latina. Ontem, o secretário americano esteve na Colômbia. Antes de retornar aos EUA, ele irá na sexta-feira ao Chile.
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