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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Avião inovador feito na USP monitora desmatamento em Jirau


Qualquer menino acharia uma diversão trabalhar na oficina de Giovani Amianti. Ele constrói aviões. Faz peças, compra outras, cola tudo, deixa secar, instala um controle remoto, confere se ficou direitinho e coloca para voar. E o melhor: não são aqueles modelos que vinham no encarte das revistas e a turma enchia os dedos de cola para montar. No momento, o jovem empreendedor – tem 28 anos – está terminando o primeiro Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) em fibra de carbono feito no Brasil, que vai custar perto de R$ 600 mil.
O currículo de Amianti tem outros “primeiro do Brasil”. Sua empresa – a XMobots, incubada e até hoje localizada na Universidade de São Paulo (USP) – foi a primeira a operar um VANT na região da Amazônia. Isso aconteceu em agosto de 2010, quando começaram a monitorar o desmatamento na hidroelétrica de Jirau para o consórcio que constrói a obra. O modelo Apoena 1000 também será o primeiro VANT brasileiro certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) – a própria XMobots propôs ao governo o processo de certificação, que entrou em vigor recentemente.Isso tudo faz parecer que se trata de uma empresa enorme, a maior do país no ramo. Não é verdade. Ela nasceu e ainda vive numa “garagem”, só que universitária. Na verdade, numa constelação de garagens chamada Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), na USP, onde estão incubadas 147 empresas inovadoras, a maioria com foco em tecnologia da informação, biomedicina e "brinquedos" revolucionários como o Apoena 1000. Desde 1998, surgiram ali 398 negócios, que recolheram mais de R$ 53 milhões em impostos – cerca de três vezes o dinheiro públco investido na incubadora, como faz questão de ressaltar o diretor executico do Cietec, Sergio Risola.
95% made in Brasil
Outras duas empresas incubadas no Cietec participam do serviço em Jirau: a Agrofício, que processa as imagens do Apoena, e a Agência Verde, que faz relatórios ambientais. “Estar no Cietec gera esse tipo de sinergia. Só conseguimos o trabalho por conta do contato que temos com essas outras empresas”, diz Amianti.
O Apoena – em Tupi, “aquele que enxerga longe” – faz 8 horas de voo por mês sobre a futura hidroelétrica. Tecnicamente, ele presta serviço de monitoramento de supressão da vegetação, que é feito por quatro empresas. Trocando em miúdos, ele monitora o corte proposital de árvores, necessário para que a obra seja executada. Depois, a XMobots vende as imagens para o consórcio de Jirau, para que ele possa, com bases nos dados, pagar essas empresas.O contrato com o consórcio de Jirau foi relativamente pequeno, no valor de R$ 150 mil, “apenas para bancar os custos”, diz Amianti. “O interesse maior era entrar no mercado. Nenhum VANT tinha operado na Amazônia; tínhamos a chance de participar dessa prova de fogo”. De fato, a experiência abriu portas: depois de Jirau, passaram a voar em regiões do Mato Grosso e em Sorocaba (SP), monitorando fazendas.
Mas por que Jirau confiou o serviço a novatos? “Pelo preço”, afirma Amianti. Uma operação da XMobots custa entre 50% e 60% do valor cobrado por um concorrente israelense ou americano “E porque tínhamos alternativas, versatilidade”, completa. Ele diz isso porque a maioria das peças usadas no Apoena é feita no Brasil, o que permite adaptação para cada cliente. O índice de nacionalização do avião, calculado sobre preço de venda, é de 95%, maior do que costuma ser nesse segmento.Deixando o ninho
Em 2010, a XMobots faturou somente os R$ 150 mil de Jirau. Em 2011, a receita projetada é de R$ 1 milhão graças a dois contratos em fase final de assinatura. Assim, 2011 será o primeiro ano “no azul”, pagando em dia seus 12 funcionários – a empresa tem também três sócios. Em 2012, devem faturar R$ 2 milhões, porque os contratos de 2011 se mantêm – e já começam a entrar novos.
A companhia se encontra em processo final de fusão com a AGX, que está há 10 anos no ramo e foi a primeira a operar um VANT no Brasil. As duas têm boa complementaridade, porque a XMotobs é focada no mercado Rural e em Coleta de Imagem, enquanto a AGX é especializada em Ambiental e em Processamento de Imagem. Em três meses, eles devem concluir a fusão – e a XMobots sai do Cietec.
Será um ciclo de incubação universitária que se encerra. E, ao se despedir, a empresa abre espaço para outra ocupar sua “garagem”. Num corredor pouco iluminado, no final de um andar do Cietec, fica a pré-incubação. Nas apertadas salas dessa ala, 29 quase-empresas esperam uma chance de pular para uma garagem oficial. “A gente deixa mais escuro e sem ar-condicionado para eles acharem ruim e terem vontade de trabalhar e sair logo daqui”, diz Risola, em tom de brincadeira. Uma delas pode estar prestes a nascer.SEGURANÇA NACIONAL

LAAD 2012 Security: segurança em foco


Entre 10 e 12 de abril de 2012, o Pavilhão 4 do Riocentro sediou a LAAD 2012 Security – Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa, primeira edição de uma feira dedicada especificamente ao setor de segurança. Organizada pela Clarion Events, que detém a propriedade da LAAD Defence & Security, o evento constou da feira propriamente dita e de um Seminário de Segurança, que se estendeu pelos três dias.

Mário Roberto Vaz Carneiro
(Fotos: Segurança & Defesa, a não ser quando houver indicação em contrário)
Boxwell
Acima Paul Boxwell, da SELEX Galileo, diz que a empresa “está procurando parceiros para seus programas locais, inclusive envolvendo transferência de tecnologia”.
Em se tratando de uma primeira edição, logicamente que o número de estandes e a área ocupada por eles eram muito menores que os registrados na versão já conhecida da LAAD. Esse fato, entretanto, não foi devidamente compreendido por muitos dos visitantes, que manifestaram estranheza quanto a esse aspecto, gerando comentários que a feira havia “decaído muito em termos quantitativos e qualitativos” — o que não era o caso.
O fato do evento ter atraído 146 expositores de 14 países dá a real medida do quanto o mercado apoiou a iniciativa, embora os estandes mais sofisticados fossem a exceção, e não a regra. Outro bom critério para avaliar a importância da feira é a listagem das entidades que emprestaram seu apoio institucional: Governo do Estado do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil (CONCPC), Conselho Nacional dos Dirigentes-Gerais de Órgãos Periciais Forenses, Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e de Corpos de Bombeiros Militares (CNCG-PM/CBM), Conselho Nacional das Guardas Municipais (CNGM), Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (CONSESP), Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança (CONSEMS), Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (LIGABOM). Isso sem contar o apoio das Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança (ABSEG) e da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB).
Como se esperava, a proximidade de dois grandes eventos esportivos (Cope do Mundo e Jogos Olímpicos e os grandes programas nacionais de vigilância e gerenciamento das fronteiras terrestres e marítimas (SISFRON E SISGAAz) funcionaram como os grandes atrativos para a indústria. Essa, por sua vez, deixou claro a crescente preocupação com a lentidão brasileira em definir certos procedimentos e parâmetros imprescindíveis para que se parta para a efetiva escolha e posterior aquisição dos sistemas e equipamentos a serem utilizados —e o subsequente treinamento dos operadores e integração com a estrutura já existente.
SELEX Galileo
Uma constante entre as empresas estrangeiras foi a percepção de que o envolvimento com parceiros brasileiros e a disposição de transferir tecnologia são condições “sine qua non” para conquistar uma fatia significativa do mercado nacional.
Drako
Acima Com apenas 70cm de diâmetro e peso máximo de decolagem de 2kg, o Drako é um mini-UAS quadrirrotor para uso a até 500m de seu operador, em altitudes de até 100m, transmitindo imagens de vídeo em tempo real (Foto: SELEX Galileo)
Em conversa com “Segurança & Defesa”, Paul Boxwell, vice-presidente de marketing da empresa italiana SELEX Galileo para as Américas, disse que “o estabelecimento de parcerias com a indústria local é sempre uma das estratégias do Grupo Finmeccanica”, do qual sua empresa é subsidiária. Como exemplo, o executivo confirmou que como os UAS (Unmanned Air Systems, ou Sistemas Aéreos Não-Tripulados) serão parte importante dos principais contratos, a SELEX Galileo “está conversando com algumas empresas da área, como Santos Lab e Flight Technologies”. Boxwell acrescentou: “Temos produtos que são úteis para a Polícia Federal, para Polícias estaduais ou municipais e para Forças Armadas, como radares de pequeno porte, detectores químicos, etc.” A SELEX Galileo, frisou ele, já tem significativa participação no mercado brasileiro, e exemplificou: “Estamos envolvidos nos programas dos radares do F-5 e do A-1 modernizados, e nosso radar Gabbiano foi selecionado para o Embraer KC-390. No campo de radares, temos um acordo com a empresa brasileira ATMOS, que envolve inclusive tecnologia de radares de varredura eletrônica ativa (AESA)”. Voltando ao setor de aplicações paramilitares, Paul Boxwell destacou os avançados sensores eletro-óticos, acústicos, de radar ou QBN desenvolvidos e produzidos por sua empresa: “Estamos falando de aplicações de segurança em múltiplas áreas, como petróleo e gás, energia, meio ambiente, etc.”. Entre os produtos da SELEX Galileo em destaque na LAAD Security destacaram-se o sistema eletro-ótico de vigilância e acompanhamento EOST 46, o mini-UAS ASIO, o mini-VANT Crex-B e o UAS quadrirrotor Drako. Ao final da conversa, Paul Boxwell novamente frisou que “A SELEX Galileo quer introduzir no Brasil seu conhecimento na área de aplicações em segurança, e está procurando parceiros para seus programas locais, inclusive envolvendo transferência de tecnologia”.
EOSTAcima Por sua compacidade, o Sistema Passivo Eletro-ótico de Vigilância EOST 46 (a torreta pesa 29kg) pode ser instado em VANT relativamente pequenos, como o Falco (Foto: SELEX Galileo).
General Dynamics UK
Outra empresa internacional que demonstrou forte interesse no mercado de segurança em nosso país foi a General Dynamics United Kingdom Limited, subsidiária britânica do gigantesco conglomerado General Dynamics, que produz desde submarinos nucleares até carros de combate.
Em um “briefing” para a imprensa especializada, seus executivos que acima de tudo que sua empresa é basicamente uma integradora de sistemas, que customiza as soluções para as conveniências de cada cliente. Em breve a GD UK estará instalando um escritório no Brasil, que será dirigido pelo Coronel Willie Dobson, que durante quatro anos trabalhou na Embaixada Britânica como adido.
Dobson assim descreveu o posicionamento de empresa em relação à colaboração com companhias nacionais: “Estamos vivamente interessados no SISFRON e no SISGAAz, e nos comprometemos a trabalhar com parceiros brasileiros, inclusive transferindo conhecimento”. Mark Douglas, vice-presidente da GD UK, confirmou: “Muito breve nossa empresa deverá estar anunciando uma parceria com uma importante empresa brasileira, mas infelizmente no momento não podemos adiantar mais informações sobre o assunto”. Questionado sobre se a GD UK estaria à altura de enfrentar os desafios impostos por programas de tal porte, ele afirmou: “A escala e a complexidade desses programas são semelhantes à de outros que a GD UK já se envolveu e concluiu de forma bem sucedida”. Destacando que a GD UK já trabalha no setor de proteção de infra-estruturas críticas há cerca de 50 anos, ele destacou que uma das mais importante realizações é o programa do Khalifa Port and Industrial Zone (Porto e Zona Industrial de Khalifa), em Abu Dhabi. Com inauguração prevista para o final de 2012, Khalifa será o maior porto do Oriente Médio e o mais moderno do mundo. Mark Douglas finalizou sua apresentação com um alerta: “Acredito que o Brasil precisa decidir exatamente o que quer obter e efetivamente iniciar o processo, pois é muito arriscado dar início a projetos-piloto cujo escopo é por demais restrito em comparação ao que se necessita”.
Acima Veículo israelense Fort 1, dotado de torre com sensores, sobre o teto. Seus fabricantes escolheram a LAAD Security para lançá-lo no mercado.
Israel
Uma presença maciça foi a da indústria israelense, que já há muito vem aumentando seu “footprint” no Brasil, inclusive através da associação com empresas nacionais. Isso demonstra que o interesse das companhias israelenses não se restringe somente aos contratos de curto (Copa e Olimpíadas) e médio (SISFRON, SISGAAz) prazos, mas também objetiva tirar partido do bom momento da economia brasileira, principalmente em um cenário onde contratos na área da Europa podem ficar mais escassos. O importante é que esse “approach” israelense não reflete simplesmente a visão das empresas, e sim do SIBAT (o órgão nacional de exportação) —  e portanto, por extensão, do próprio governo de Israel.
O pavilhão de Israel na feira parecia concebido para confirmar o fato de que a indústria do país tem produtos e experiência para todos os cenários possíveis. O espaço congregava empresas que ofereciam desde VANT até bolsas para conter detonações de artefatos explosivos, passando por pistolas, fuzis e submetralhadoras e por pequenos robôs para manuseio remoto de objetos suspeitos.
Um dos itens que mais chamou a atenção no pavilhão de Israel era o blindado 4x4 compacto Fort 1, desenvolvido em conjunto pela ISDS e a Global Shield. Dotado de uma torre de observação equipada com diferentes sensores sobre, o veículo foi apresentado publicamente pela primeira vez exatamente na LAAD Security. O Fort 1 é projetado para operações de combate em qualquer terreno e em áreas as mais variadas. Seu raio de curta é de apenas 7m, e pode cruzar pisos escorregadios, graças ao sistema “anti-skid”.
Sandcat
Acima Apesar de sobejamente conhecido, o SandCat, da Oshkosh Defense, impressionou os visitantes do evento.

BearCat
Acima O Bearcat G3, da LENCO, transporta um total de dez ocupantes, incluindo o motorista.
Outras viaturas
Havia várias outras interessantes viaturas em exposição na LAAD Security. Um exemplo era o SandCat Tactical Protector Vehicle (TPV), que embora destinado ao mercado de segurança pública tem nível de proteção digno de viaturas militares. A Oshkosh, seu fabricante, há mais de 90 anos vem projetando e construindo viaturas para emprego militar ou no setor de segurança, e o SandCat exposto faz parte da uma família de viaturas que pode ser configurada em diferentes padrões de proteção, desempenho e capacidade. Pode superar degraus de até 35cm de altura e precisa apenas de 12,6m entre meio-fios para fazer uma curva de 180º. A família inclui também o Special Operations Vehicle (OPV) e o Mine-Resistant Light Patrol Vehicle (M-LPV).
Outro blindado 4x4 mostrado no evento foi o Bearcat, produto da LENCO Armored Vehicles, dos Estados Unidos. O veúculo é usado por equipes da SWAT, forças militares e de segurança, em vários países. O Bearcat G3 presente no Riocentro oferecia proteção contra munição 12,7mm e tinha espaço interno para dois homens na frente e oito na parte traseira.
Apoena
Acima O Apoena 1000 já havia sido exposto na LAAD 2009, mas agora o projeto está num estágio bem mais avançado.
Nauru
Acima O Nauru 500, também da Xmobotics, tem porte menor que o Apoena 1000, mas utiliza o mesmo tipo de cauda em “Y”.
Interesse mundial
Um gigante internacional que esteve presente na feira foi a Cassidian, que concentrou sue presença em promover suas soluções para o setor de segurança, realizando demonstrações em seu estande. Uma delas mostrava o sistema SAGA (Computed-Aided Dispatch), empregado por entidades policiais e de bombeiros, forças armadas, serviços de ambulância, etc. e que inclui tomada de decisão, gestão de recursos, despacho e processo operacional padrão associada a um evento específico, como acidente automobilístico, incêndio, roubo, e outros. Foi também mostrado o gerenciamento de uma crise urbana a partir de uma sala de controle empregando um sistema integrado da Cassidian, que agrega sensores e uso de redes com e sem fio.
Até certo ponto surpreendente foi a presença de um grande estande da Dassault, que se concentrou exclusivamente na promoção do Rafale. Foi feita para os jornalistas uma excelente apresentação de todas as facetas da aeronave, através de uma ferramenta interativa que permitia uma apreciação detalhada de diferentes aspectos, como armamento, desempenho, manutenção, aviônicos, sistemas de defesa eletrônica, etc.
A Boeing também participou da feira, mas se concentrou em promover os VANT de sua subsidiária InSitu e seus sistemas de inteligência e segurança, principalmente o Virtual Shield e o Sentinel, que são utilizados para segurança de instalações e de perímetros.
Até por limitações de espaço, seria impossível listar e comentar todos os sistemas de visão noturna (termais ou de intensificação de luz) promovidos na LAAD Security. Entretanto, vale registrar que uma das principais empresas da área a participar do evento foi a FLIR, que entre os equipamentos expostos mostrou a sua Série H de câmeras térmicas portáteis.
Muitos visitantes foram favoravelmente impressionados pela aparição da Panasonic no evento. A conhecida empresa apresentou sua família de Toughpads e de Toughbooks, respectivamente compostas de “tablets” e “notebooks” robustecidos para emprego em ambientes hostis e difíceis. Para dar uma idéia do leitor da rusticidade desse equipamento, basta dizer que os quatro Toughbooks apresentados podem suportar quedas de alturas de até 1,80m sem causar problemas ao seu funcionamento. Um desses modelos, o Toughbook U1, já está sendo utilizado pela Polícia Rodoviária do Paraná.
Toughbook U1
Acima Esse é o CF-19, um dos quatro modelos de Toughbook apresentados pela Panasonic.
Brasil
Entre as empresas brasileiras, um dos maiores espaços era o da IMBEL, que expôs sua variada gama de armas, que podiam ser livremente manuseadas pelos visitantes. Por essa razão, pode-se dizer, sem medo de errar, que esse foi o estande mais visitado. Outra área importante era a da Condor, que expôs toda a sua gama de produtos “menos letais”, como spray de pimenta, munições de impacto controlado, granadas de impacto, granadas lacrimogêneas, granadas fumígenas, etc.
Uma empresa brasileira que surpreendeu positivamente, tanto no aspecto qualitativo como na questão do tamanho de sua área foi a Xmobots, se São Carlos (SP). A empresa expôs diversos VANT, sendo que o que mais impressionou foi o Apoena 1000, com peso máximo de decolagem de 35kg (dos quais até 10kg de carga útil) e trem de pouso principal retrátil. Com autonomia de até 8 horas e teto de 3.000 pés, a aeronave destina-se a tarefas de inspeção de instalações, monitoramento de estradas, patrulha costeira e de fronteiras, busca e salvamento e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento. O Apoena 1000 está em fase de obtenção do Certificado Experimental da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
Foi também mostrado o Nauru 500, de menor porte (peso máximo de decolagem de 15kg, dos quais até 6,5kg se referem à carga útil), com autonomia de até 5,5 horas e raio de operação na faixa de 20-30km. É utilizado para aerofotografia e monitoramento de áreas terrestres.
Em resumo: a LAAD Security foi uma feira compacta mas de boa presença de firmas brasileiras e estrangeiras, e o nível de visitação aparentemente satisfez a maioria das empresas que lá expuseram. Agora, é aguardar a segunda edição, que já tem data marcada: 8 a 10 de abril de 2014, no próprio Riocentro. •
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Embraer teme falta de transparência e ameaça desistir de licitação nos EUA


Raquel Landim, de O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - A Embraer ameaça desistir da concorrência da Força Aérea dos Estados Unidos para a compra de 20 aviões de combate leve para uso no Afeganistão. A empresa está preocupada com a "radical" decisão dos EUA de "recomeçar do zero" o processo de licitação.
Na terça-feira, 17, a Força Aérea americana apresentou o rascunho da nova concorrência para a compra das aeronaves, um contrato de US$ 355 milhões. O novo vencedor será conhecido apenas em janeiro de 2013, com a entrega dos aviões prevista o terceiro trimestre de 2014 - um atraso de 15 meses do prazo original.
"Estamos vendo com muita preocupação a decisão da Força Aérea americana de recomeçar o processo do zero. É uma decisão muito radical", disse ao Estado, Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. "Não faz sentido perder um ano de trabalho".
Em dezembro do ano passado, a Embraer e sua parceira americana Sierra Nevada Corporation foram consideradas vitoriosas na licitação, com o avião Super Tucano, que já é utilizado em nove países. A decisão ocorreu após a desclassificação da também americana Hawker Beechcraft por falta de qualidade técnica de sua aeronave.
Pressionada pelo Congresso, que questiona o contrato com a empresa brasileira em um ano eleitoral, a Força Aérea americana anulou a licitação em março, alegando que não estava satisfeita com a documentação.
A situação chegou a criar um impasse entre Brasil e EUA e o assunto foi tratado pela presidente Dilma Rousseff em visita ao colega Barack Obama em Washington. Até ontem, a expectativa da Embraer, com base nos relatos da própria Força Aérea americana, é que seriam feitos ajustes pontuais e não uma revisão completa do processo.
Ainda não está confirmado, pois as empresas só vão receber as regras por escrito nos próximos dias, mas é possível que a nova licitação não exija a realização de testes dos aviões e também não considere os resultados dos testes anteriores. A possibilidade é vista com receio pela Embraer, pois pode significar uma manobra para escolher o avião da Hawker Beechcraft.
"É como comprar um carro sem fazer um test drive", comparou Aguiar. "Temos certeza da nossa vitória, se o processo for por mérito. Se não houver transparência, não vamos participar."
Justiça. A Sierra Nevada Corporation, parceira da Embraer no negócio, entrou ontem com uma ação pedindo que a Justiça americana reveja os resultados da investigação promovida pela Força Aérea americana, que decidiu reiniciar a licitação.
"É importante para uma competição transparente que a Justiça reveja o processo, determinando inclusive se as ações propostas são razoáveis e justificáveis", disse Taco Gilbert, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da Sierra Nevada em comunicado.
A expectativa da Embraer e da Sierra Nevada é que a Justiça possa obrigar a Força Aérea americana a corrigir apenas os problemas pontuais que encontrou na concorrência, mas mantendo boa parte do processo, inclusive o resultado final.
A ação da Embraer/Sierra Nevada se juntou ao processo aberto pela Hawker Beechcraft contra a Força Aérea americana quando foi desclassificada da concorrência. Sediada no Kansas, a Hawker Beechcraft enfrenta uma situação financeira delicada e está perto de pedir concordata. Procurada pela reportagem, não retornou as ligações.
Segurança Nacional

Índia planeja fazer teste com míssil nuclear nesta quarta-feira


AE - Agência Estado
NOVA DÉLHI - A Índia planeja testar nesta quarta-feira, 18, um novo míssil nuclear que pela primeira vez lhe daria capacidade de atingir grandes cidades chinesas como Pequim e Xangai.
Míssil seria primeiro capaz de atingir Pequim - Reprodução
Reprodução
Míssil seria primeiro capaz de atingir Pequim
O governo indiano tem promovido o míssil Agni-V, com alcance de 5 mil quilômetros, como um grande avanço em seus esforços de fazer frente ao domínio da China na região e de se tornar também uma potência nuclear asiática. A expectativa é que o teste seja feito no começo da noite (horário local).
"Será um salto significante na capacidade estratégica da Índia", disse Ravi Gupta, porta-voz da Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Índia, responsável pela construção do míssil.
A China está muito a frente na corrida armamentista, com mísseis balísticos intercontinentais capazes de alcançar qualquer ponto da Índia. Atualmente, o míssil indiano de maior alcance é o Agni-III, com capacidade de 3,5 mil quilômetros.
Os indianos e chineses, que se enfrentaram numa guerra em 1962, nutrem até hoje uma disputa fronteiriça. Além disso, a Índia vê com desconfiança cada vez maior os esforços de Pequim para aumentar sua influência no Oceano Índico.
"Enquanto a China não considera que a Índia represente qualquer tipo de ameaça, a Índia definitivamente não pensa da mesma forma", afirmou Rahul Bedi, um especialista em defesa de Nova Délhi, a capital indiana.
A Índia já possui capacidade de atingir qualquer ponto do território de seu arquirrival, o Paquistão, e tem feito pesados gastos em defesa nos últimos anos em meio ao que o país percebe como crescente ameaça chinesa.
O teste na Índia ocorre dias depois de a Coreia do Norte ter fracassado no lançamento de um foguete que, supostamente, teria o objetivo de pôr um satélite em órbita. Para os Estados Unidos e outros países, o lançamento norte-coreano não passou de uma desculpa para testar tecnologia para mísseis de longo alcance.
Mesmo que o teste indiano seja considerado um sucesso, outros quatro ou cinco lançamentos serão necessários antes que o Agni-V passe a integrar o arsenal do país em 2014 ou 2015, segundo Bedi.
As informações são da Associated Press. Segurança Nacional

PROSUB - DCNS e PROGEN Firmam Parceria

A DCNS e a empresa brasileira de Consultoria, Engenharia e Serviços PROGEN assinaram um amplo acordo de parceria. A PROGEN, com mais de  2.600 empregados, traz a sua  expertise em contratar fornecimentos locais, gerenciar contraltos e terá uma posição chave na aquisição de equipamentos  de conteúdo brasileiro para a Programa de desenvolvimento e construção de Submarinos da Marinha do Brasil PROSUB*.
 
A parceria  representa um importante evento na aquisição de conteúdo nacional para o Programa  PROSUB, e ao mesmo tempo dar acesso à  DCNS a novos recursos par atender a crescente demanda de marinha do Brasil no emprego de contratistas nacionais.
 
“O acordo confirma nosso desejo de estabelecer parcerias inovadoras para melhor atender aos nossos clientes internacionais. Nós também estamos orgulhosos de contribuir para o crescimento da indústria brasileira de construção naval.” Afirmou  Sylvain Rousseau, VP senior da DCNS, para Purchasing & Supplier Relations.
 
“É uma honra para a PROGEN  contribuir para o programa que tem esta  importância. Nós estamos totalmente comprometidos  a esta crescente parceria. A decisão da  DCNS  mostra que temos a capacidade de realizar este trabalho e ficamos satisfeitos que temos o reconhecimento do mercado,”  afirmou o presidente da PROGEN Eduardo Barella.
 
A parceria permitirá que a DCNS atenda aos requisitos da Marinha do Brasil quanto ao conteúdo local e atenda aos elevados padrões de qualidade, tanto para  submarinos ou navios de superfície. Também assegurará a formação de uma cadeia de suprimentos local e ao mesmo tempo ajudar a DCNS a estabelecer laços de longo prazo com empresas brasileiras. Mais especificamente, DCNS e PROGEN planejam expandir  compras locais para outros programas navios de superfície da Marinha do Brasil.
 
A PROGEN proverá serviços de Consultoria  e Engenharia – incluindo “Engineering Procurement & Commissioning” (EPC) e  “engineering procurement & construction management” (EPCM) – para  grupos brasileiros e internacionais. Sólido expertise técnico garante à PROGEN total controle sobre todas as etapas de aquisição e “Purchasing and supply chain management”. A empresa  tem instalações e escritórios em vários estados brasileiros assim como na Argentina.
 
* O Programa  PROSUB  prevê o projeto e construção de quarto submarinos de propulsão convencional Classe  Scorpene-tipo S-Br,  com transferência de tecnologia assim como assistência técnica para o projeto e construção de partes não nucleares do primeiro submarine de propulsão nuclear do  Brasil, assim como o projeto e construção de um estaleiro e uma base de submarinos.
 
 
DCNS

A DCNS é um líder mundial do setor naval de defesa e um inovador na energia. A Empresa DCNS, de alta tecnologia e de envergadura internacional, responde às necessidades dos seus clientes graça ao seu know-how excepcional e aos seus meios navais únicos. O Grupo concebe, realiza e mantém em serviço submarinos e navios de superfície bem como sistemas e infraestruturas associadas. Igualmente, presta serviços para estaleiros e bases navais. Por fim, a DCNS propõe um vasto leque de soluções na energia nuclear civil e nas energias marinhas renováveis. Atento às questões do desenvolvimento sustentável, o grupo DCNS constitui um dos primeiros agentes do seu setor a obter a certificação ISO 14001. Além disso, a DCNS arrebatou o Troféu nacional da empresa cidadã sob o alto patrocínio do Presidente do Senado Francês; este prêmio foi atribuído ao Grupo pelo seu programa de transmissão de saber Les Filières du Talent DCNS. O Grupo conta com 12.800 colaboradores e realiza um volume de negócios de 2,6 bilhões de euros. www.dcnsgroup.com
 
PROGEN

Atuando no mercado há 25, PROGEN é uma companhia de consultoria em engenharia, projeto e gerenciamento de projetos industriais. Com 100% de capital brasileiro e um faturamento em  2011, de cerca de R$ 401 milhões (≈ €167 milhões), a empresa atual em vários setores. A PROGEN atualmente emprega cerca de 2.600 pessoas distribuidas pelas instalações no  Brasil e a Argentina.Segunraça Nacional

Argentina propõe ao Brasil cooperação em Vant e mísseis


Brasília, 17 abr (EFE).- O ministro da Defesa da Argentina, Arturo Puricelli, propôs nesta terça-feira ao Governo brasileiro colaborar no desenvolvimento conjunto de um avião não-tripulado e de vários modelos de mísseis.
Em reunião com o ministro da defesa brasileiro, Celso Amorim, Puricelli sugeriu que o modelo de avião não-tripulado que o Brasil usa na vigilância de fronteiras e no combate ao narcotráfico seja adotado por todos os países da América do Sul.
O avião, conhecido como Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), possui tecnologia israelense, pode fazer fotografias em alta resolução e tem uma autonomia de voo de 37 horas, nas quais pode percorrer cerca de mil quilômetros.
Na reunião, o ministro argentino também propôs que ambos os países colaborem na modernização dos mísseis antinavios Exocet MM-38 e MM-40 e se interessou no projeto de míssil ar-ar A-Darter, no qual o Brasil trabalha em conjunto com a África do Sul.
Puricelli reiterou sua proposta de colaborar no desenvolvimento de um avião básico da América do Sul, um projeto que já é estudado no Conselho de Defesa Sul-Americano.
Entre outros projetos de cooperação, ambos os ministros também falaram da possibilidade de trabalhar de forma conjunta na fabricação de satélites de comunicações e em um veículo de transporte de tropas.
Amorim destacou que Brasil e Argentina têm a relação mais estratégica que pode existir e defendeu que seja dada prioridade à integração em matéria de defesa dos países sul-americanos.
'A prioridade deve ser a Unasul e não a Conferência dos ministros da Defesa das Américas', afirmou o ministro brasileiro em alusão ao fórum da OEA.
O ministro argentino compartilhou a visão da necessidade de reforçar a Unasul e a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul e afirmou que acredita em 'um hemisfério sul livre da ameaça de armas nucleares', de acordo com a nota.
Puricelli visitará nesta quarta-feira as instalações da Embraer, em São José dos Campos, no interior de São Paulo. EFE veja segurança nacional