sábado, 4 de fevereiro de 2012

Aviões não tripulados dos EUA nos céus do Iraque


As relações entre os EUA e o Iraque está em perigo por causa de aviões não tripulados americanos, chamados também “drones”. As autoridades iraquianas afirmam que estas aeronaves de reconhecimento sobrevoam o território do seu pais sem devida autorização, o que põe em perigo não somente a segurança dos cidadãos mas também a soberania estatal do Iraque.
Ao responder a este reproche dos iraquianos, as autoridades dos EUA afirmam que neste país são utilizadas apenas aeronaves não tripuladas com missão “diplomática”. Elas voam a baixas alturas e recolhem informações sobre os engarrafamentos de trânsito nas vias de comboios. Eles podem revelar interesse também em relação a manifestações de protesto. Mas as autoridades iraquianas insistem na sua afirmação e mencionam como exemplo o Paquistão, onde os aviões não tripulados são utilizados para caçar os talibãs, mas por vezes atacam também os habitantes pacíficos. O perito do Centro de Segurança Internacional do Instituto de Econômica Internacional e de Relações Internacionais junto da Academia de Ciências da Rússia Petr Topichkanov afirma que os iraquianos receiam, além disso, que depois de aeronaves de reconhecimento nos céus do Iraque possam aparecer também os “drones” de combate.
O conceito de “aeronave não tripulada diplomática” é muito convencional e provoca, antes de mais nada, a surpresa. Quem sabe, o que significa “diplomático” e “não diplomático”. O problema consiste na função e tarefas que esta aeronave não tripulada deve executar. É evidente que no caso do Iraque se trata de vôos de reconhecimento, isto é, um “drone” deve fazer fotografias, revelar a disposição das forças armadas e os deslocamentos de pessoas. Ele deve examinar diversos objetos. Mas a seguir impõe-se a questão: para que isso pode ser utilizado mais a seguir? Os iraquianos supõem que para infligir golpes. Ninguém pode impedir de utilizar mais tarde estas aeronaves não tripuladas e os dados, obtidas por elas, para atacar.
Pode-se compreender as razões da preocupação da parte iraquiana. A retirada das tropas americanas do Iraque foi concluída em 2011, embora alguns especialistas tenham chamado a esta operação de “rebranding”. O grande contingente militar americano de cinco mil soldados continua no território do país montando guarda da embaixada americana. Além disso, os EUA não pararam de fornecer subsídios ao governo iraquiano e os iraquianos temem que eles aproveitem esta ajuda para imiscuir-se ativamente na sua política, - declarou Petr Topichkanov.
Para os EUA o Iraque resultou polígono em que foram postos à prova os mecanismos de difusão dos princípios da gestão política, típica para os  países ocidentais. Falando a rigor, depois da demissão de Saddam Hussein no Iraque foram utilizados todos os meios: a troca do regime, criação de novas instituições do poder, alteração total do paradigma de gestão do Estado, etc. De um modo geral os americanos encaram agora o Iraque com esperança vendo nele o Estado que será para os países do Próximo Oriente um modelo de democratização e da possibilidade de criação de um Estado democrático. Este polígono influenciou indiretamente outros países e os processos que a que a imprensa chama habitualmente de “primavera árabe”.
Os peritos estão certos de que os EUA procurarão abafar o atual escândalo com os aviões não tripulados e irão pedir oficialmente a autoridades iraquianas a permissão de utilizá-los. A razão principal disso são eleições presidenciais nos EUA. Obama, na sua atual qualidade de candidato à presidência, não irá agravar relações com nenhum país para não perder o apoio do eleitorado.

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