sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Marinha acerta compra de NaPaOcs da BAE Systems, outros cinco são opção.


Foto: BAE
Marinha deve anunciar em breve a compra de NaPaOcs da BAE Systems. Os três navios foram feitos originalmente para a Guarda Costeira de Trinidad e Tobago. Se a MB escolher pela opção ofertada compraria, direto da BAE, outros 5 navios deste modelo. Caso isso ocorra, o Prosuper pode ficar limitado unicamente aos Escoltas e ao Navio Logístico.
ALIDE apurou nesta semana que a compra dos três Navios Patrulha Oceânicos (NaPaOc) de construção britânica estaria no ponto de ser concluída, pendente apenas de questões formais como offsets e finaciamento. A discussão sobre este tema já transcendeu os níveis técnicos e se encontra nos níveis mais “políticos” da MB e do Ministério da Defesa. Em paralelo, na proposta feita pela BAE Systems, existiria ainda a provisão de uma opção de fabricação, no Brasil, de mais cinco unidades desta classe. Proposta esta que estaria seduzindo os Almirantes brasileiros. Estas cinco unidades adicionais da opção contratual, se adquiridas, naturalmente conflitariam com o plano de compra original de NaPaOcs dentro do “pacotão” Prosuper. Este programa de aquisição de navios, contempla a fabricação no Brasil de onze navios: cinco navios patrulha, cinco fragatas de 6000 toneladas e um navio tanque/logístico. Resignmados,a única preocupação, neste momento, dos fabricantes que disputam o Prosuper é saber se ele segue adiante mesmo sem os NaPaOcs, ou se volta tudo para a estaca zero.
Há meses que se comenta abertamente nos blogs e fóruns navais brasileiros que a empresa britânica BAE Systems estaria oferecendo à Marinha, como venda de oportunidade, os três navios de patrulha oceânica de 2000 toneladas da classe Port of Spain, construídos em estaleiros do Reino Unido. Estes navios são novos tendo sido construídos entre 2008 e 2010 para a Guarda Costeira de Trinidad e Tobago. O contrato foi assinado em 2007 e em setembro de 2010 o governo recém-eleito daquela ilha caribenha cancelou o contrato, deixando os navios não-entregues. O “Port of Spain”, o “Scarborough” e o “San Fernando”, metaforicamente, encalharam na mão do seu construtor.
Esta classe apresenta um comprimento de 90,5 m, boca de 13,5 m e um calado de 3,5m. Os navios são tripulados por até 60 militares cada um e atingiram uma velocidade máxima de 25 nós em testes no mar. A classe tem um convoo de 20 metros de comprimento, o que permite o pouso confortável de helicópteros de médio porte. A sua propulsão é composta de dois motores a diesel MAN, que movem dois eixos separados. Em termos de armamento, o navio tem um canhão principal de 30mm na proa, complementado por dois canhões de 20mm e duas metralhadoras de 12,7 mm. O radar é um Terma Scanter 4100, operando na banda X e o Centro de Informação de Combate emprega um sistema de gestão de combate OSIRIS Combat & Mission Management System da Ultra Electronics. É de se esperar que em algum ponto do futuro este sistema venha a ser substituído por uma nova versão do SICOMTA padrão da Marinha do Brasil.
Anteriormente, diversos representantes da Marinha do Brasil e do Ministério da Defesa haviam repetidamente descartado a possibilidade do Brasil voltar a comprar navios militares construídos em outros países. Seguindo os preceitos da Estratégia Nacional de Defesa (END), todos os navios previstos para equipar o PEAMB (Plano de Equipamento e Articulação da Marinha do Brasil) teriam que naturalmente ser construídos no país como maneira de promover o desenvolvimento das capacidades da indústria naval nacional.
Antes do Prosuper ser anunciado, houve uma concorrência internacional exclusiva para a escolha de uma nova classe de navio de patrulha oceânico a ser fabricado no Brasil que correu seu processo até ser “suspensa” em junho de 2010. Imediatamente, a compra dos NaPaOcs foi embolada junto com a compra de cinco fragatas e um navio tanque/logístico formando o “pacotão” chamado Prosuper.
Se, em termos de números absolutos, a retirada dos Navios Patrulhas representa um corte significativo no Prosuper, em valores, esta perda não deve ser tão perceptível, uma vez que aos escoltas de 6000 toneladas, devido aos seus sistemas, sensores e armamento, naturalmente, respondem pela fatia do leão dos custos deste programa de aquisição. Oficiais da MB (não relacionados ao programa de aquisição) contatados por ALIDE sobre este tema demonstraram satisfação com esta hipótese de segregação do Navios Patrulha do Prosuper uma vez que isso potencialmente aceleraria a introdução operacional destes meios “o que seria uma das maiores e mais gritantes carências da Marinha neste momento”
Consultada a este respeito por ALIDE, a BAE Systems preferiu não se manifestar neste momento.


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