SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

domingo, 13 de junho de 2010

uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, as Forças Armadas da Colômbia resgataram, neste domingo, dois oficiais do Exército que estavam em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) havia 12 anos.




O general Luis Mendieta e o coronel Enrique Murillo foram resgatados "sãos e salvos" na selva do departamento (Estado) de Guaviare, informou o presidente colombiano Álvaro Uribe.



Segundo Uribe a operação militar que resultou no resgate dos reféns vinha sendo preparada durante meses.



"Continuamos combatendo ali, para tentar resgatar os demais (sequestrados)", afirmou Uribe.



Troca



Os dois oficiais pertenciam ao grupo de reféns considerados passíveis de troca em um eventual acordo humanitário que as Farc pretendem negociar com o governo, em troca da libertação de guerrilheiros presos.



Com o resgate, 19 oficiais, entre militares e policiais, ainda permanecem em poder da guerrilha.



O resgate é visto como favorável à controvertida política de Segurança Democrática da administração Uribe e ao mesmo tempo a seu herdeiro político, o candidato presidencial Juan Manuel Santos, que disputará o segundo turno das eleições no próximo domingo.



“O resgate dos oficiais é um triunfo do governo, especialmente do ministério de Defesa, da política de Segurança Democrática (...) e de todas as tropas que durante todo esse tempo arriscaram suas vidas para dar liberdade a todos os colombianos", afirmou Frank Pearl, alto comissário para a paz.



A Segurança Democrática, que defende a saída militar e não negociada para o conflito armado na Colômbia foi responsável, após oito anos de governo, por debilitar as guerrilhas em todo o país e pelo incremento da segurança nas grandes cidades colombianas.



Ao mesmo tempo, essa política é interpretada por analistas como a responsável pela violação de direitos humanos e de casos de execuções extrajudiciais, no caso que ficou conhecido como "falsos-positivos".



A esposa de Mendieta, Maria Teresa Mendieta, disse ser a "mulher mais feliz do mundo" e pediu que novo presidente negocie um acordo humanitário para a libertação dos demais reféns.



"Tomara que o novo governo encontre um ponto no qual possa sentar para chegar a um acordo humanitário", afirmou a uma rádio local.



Os candidatos presidenciais que disputarão o segundo turno das eleições no próximo domingo, Juan Manuel Santos, candidato governista à Presidência e seu opositor do partido Verde, Antanas Mockus, têm indicado não estar dispostos a negociar um acordo com a guerrilha, ao exigirem a libertação unilateral de todos os reféns em poder dos rebeldes.



Campanha



A ação militar deste domingo também é vista como o golpe de maior sucesso contra as Farc desde 2008, quando a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt foi resgatada de um acampamento guerrilheiro junto a outros 14 reféns.



Na época, o ministro de Defesa era o atual candidato governista à Presidência, que tem capitalizado o endurecimento das políticas de combate às guerrilhas a seu favor durante a campanha presidencial.



Santos, que disputará o segundo turno contra o ex-prefeito de Bogotá, Antanas Mockus, aparece como o favorito para vencer a contenda presidencial.



Os oficiais Mendieta e Murillo foram sequestrados pela guerrilha em novembro de 1998, durante um ataque da guerrilha na cidade de Mitú, no departamento (estado) de Vaupés.



Durante a ação militar da guerrilha, cerca de 50 pessoas foram mortas, entre militares e civis.



Mendieta, que era tenente-coronel quando foi sequestrado, subiu ao cargo de general quando estava em cativeiro, em consequência da aprovação de uma lei especial no Congresso que permite aos militares sequestrados subirem na escala militar, mesmo estando longe de suas atividades.



De acordo com familiares, Mendieta completa 53 anos neste domingo.