quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

KAB-250L em cores de configuração de testes.




As variantes mais recentes são a KAB-500S-E e KAB-1500S-E da MKB Kompas equipados com guiamento por GPS/INS similar a JDAM. A bomba foi desenvolvida para preencher um requerimento de uma arma "dispare-e-esqueça" da Força Aérea Russa. As bombas já foram testadas e não se sabe se estão operacionais. Estas bombas são armas novas e não um kit adaptável a bombas burras como as JDAM.



O receptor PSN-2001 KB Compass (PSN – Pribor Sputnikovoi Navigatsi ou meio de navegação por satélite) tem duas antenas separadas na bomba e opera com 24 canais do Glonass russo ou do Navstar americano e muda de um para outro automaticamente se necessário. A constelação Glonass precisa de 18 satélites para se tornar completamente operacional o que ocorreu em 2007 com o Glonass-M e Glonass-K.



A KAB-500S pode ser lançada de 500 a 10 mil metros com velocidade de 100 a 720km/h com CEP de 5-10 metros. A KAB-500S pode ser usada pelo Su-27SM e Su-34 e futuramente no PAK-FA e Tu-160 dando capacidade convencional a esta aeronave. A KAB-500S-E é a versão de exportação e a Índia e a China são prováveis compradores.

Bombas Guiadas Russas




Seguindo sucesso americano no Vietnã com uso de bombas guiadas os russos iniciaram seus projetos aproveitando material capturado.



As bombas guiadas russas são usadas como armas de "segunda onda de ataque". A maioria das aeronaves táticas são armadas com mísseis guiados e apenas o Su-24M opera com um misto de bombas burras e mísseis. Os russos consideram que os mísseis são mais desejados em ambientes com defesa antiaérea de alta intensidade, permitindo disparo a baixa altitude e maior alcance (7-10km), dando proteção as aeronaves.



A primeira onda de ataque é feita em conjunto com aeronaves de supressão de defesa e apenas mísseis são usados. As bombas guiadas têm a vantagem de poderem ser lançadas a maiores altitudes após as defesas serem suprimidas. A segunda onda é feita mais dentro do território pelos Su-24M contra alvos vitais como centros de comando, pontes, etc. Os danos colaterais não eram considerados pela URSS e não desenvolveram bombas 250kg a não ser recentemente e mesmo assim para missões de apoio aéreo aproximado.



A experiência no Afeganistão e Chechênia chamou a atenção para a eficiência das armas guiadas com as aeronaves podendo atacar mais alto e fora do alcance de mísseis antiaéreos portáteis que era a melhor defesa do inimigo.




O primeiro uso em combate das bombas guiadas russas foram entre 1988 a 1989 com os Su-24M lançando bombas KAB-1500L contra posições protegidas dos Mujahedin no Afeganistão. No Afeganistão as bombas guiadas a laser KAB-500L e KAB-1500L foram disparadas pelos Su-24 poucas vezes mas o sistema de guiamento tinha problemas nas montanhas e logo pararam de usar. A Índia nunca teve problemas com suas bombas guiadas a laser disparadas pelos Mirage 2000 no Himalaia nem os americanos agora no Afeganistão com suas Paveway. As KAB foram usadas novamente em dezembro de 1995 para destruir um ponte no rio Argun, 10km a leste de Grozny na Chechênia.



A primeira tentativa russa de criar uma bomba guiada foi entre 1938 a 1942 com os "torpedos aéreos" e novamente entre 1947 a 1955 baseadas nas bombas alemães capturadas como a Fritx-X. O resultado final foi a UB-2000F "Tshaika" e a UB-5000F "Kondor," baseadas em bombas de 2 e 5 toneladas com guiamento por comando de rádio. Os russos testaram guiamento por TV com datalink, mas não entrou em operação. Também foi considerado guiamento por infravermelho, mas a tecnologia da época era insuficiente. A Tshaika foi aceita em serviço em 1955 com a designação B-2F ("Izdyelye 4A-22") fabricada pela GSNII-642. Duas podem ser levadas externamente nas asas de um Tu-16 ou uma na fuselagem do Il-28 para atacar navios.




O novo programa foi reiniciado em 1971 com a NIIPGM (agora FGUP ou Region) tendo a tarefa de criar uma bomba guiadas de 250kg e 500kg com guiamento a laser. O resultado foi a KAB-500 de 500kg inicialmente com guiamento por laser semi-ativo seguida da série KAB-1500.



A família KAB (Korrektiruyeskaya Aviatsionnaya Bomba), ou bomba aérea com correção de trajetória, são equivalentes a Paveway II e III e GBU-15 americanas e podem ter sido resultado de um requerimento semelhante. As KAB usam módulos comuns com projeto de seeker únicos e vários tipos de cabeça de guerra.



O desenvolvimento da KAB-500 foi terminado em 1973. Provavelmente usa engenharia reversa das bombas Paveway, Walleye e HOBOS capturadas no Vietnã. A configuração básica é de uma arma de 500kg com guiamento por TV e controle traseiro como a HOBOS e canard fixos menos os strakes da HOBOS. A arma de 1.500kg lembra mais a Paveway II e Hobos com configuração por canards .



As KAB usam dois seeker comuns disponíveis. Um é o laser semi-ativo 27N da Geofizyka-ART com aerofólio em anel similar ao da Paveway II (usados na KAB-500L e KAB-1500L). O CEP é de 4 metros consistente com algoritmo de navegação proporcional ao invés do bang-bang da Paveway II.




As KAB guiadas a laser usam designador laser como o Klen-54 do Su-22M2/M4, Klen PS do Su-25, Klyon PM/PS, Kaira 24M, I-25 Shkval, todos do NOP Zverev, e o casulo Sapsan-E ou até designadores ocidentais com código russo. Os designadores instalados no nariz tem a vantagem de serem apontados pelo sistema de controle de tiro, sendo bem precisos e liberam um cabide para levar armas. Por outro lado a aeronave tem que ir em direção ao alvo continuamente para guiar a bomba lançada por outra aeronave. Antes do disparo um detector laser ma aeronave mede o angulo do vetor velocidade da aeronave e a linha de visada com alvo. Depois do disparo a bomba é alinhada com o alvo automaticamente. O alcance do sensor da bomba é de 5-7 km em condições de visibilidade de 10km.

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